segunda-feira, janeiro 29, 2007

Mais um feito heróico

Cruzo os mares na minha embarcação
Quebro as ondas bravas com desdém,
as ondas brancas da espuma de raiva
de eu as quebrar assim como ninguém

Sopra o vento, matreiro de natureza
Arauto dos perigos da mudança
arreliando o mar à sua passagem
- e eu à mercê de sua dança! -

Mais valia estares calado amigo vento!
Brado eu em ira ao negro fado,
logo o vento se volta arrependido
e solta-me um sopro de beijo molhado

Lá vem ao longe a onda derradeira
galgando o tempo qual nobre corcel...
Avista seu alvo quebrando suas filhas
e avança em vingança sobre meu batel.

É agora o momento dos feitos heróicos
dos cantos que embalaram nossos avós!
Invoco a mim esse espírito nobre
Que a força dos poetas criou em nós!

Rasgo o céu com meu punho erguido
e ordeno ao vento que nos deixe a sós!
Arregaço as mangas que outrora tive
e junto à deles minha rouca voz!

M T

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