quarta-feira, julho 26, 2006

Acordo sempre a horas de viver o dia
e tento viver cada dia como a última hora,
saio de casa munido da minha enxada e com roupa para sujar,
começo bem cedinho a lavrar o campo de sonhos,
vou semeando um por um e sei por experiência que nem todos darão frutos,
confesso que há uns que cuido mais que outros,
os que demoram,
os que no final serão mais doces,
espero todas as tardes que o mundo me traga magia,
n'algumas não traz,
n'outras embriaga-me de espanto.
Sento-me no alpendre a olhar as estrelas,
penso em destinos,
penso que cada estrela encerrou um destino de alguém,
os destinos que nunca chegaram a justificar o seu nome,
penso tudo isto e no momento seguinte tento pensar em algo totalmente diferente,
porque não se deve prender nunca o pensamento,
quando não penso em estrelas nem no destino,
penso em coisas muito mais importantes,
porque não se deve pensar muito no destino,
especialmente quando não há estrelas...
resumindo sou um homem,
planto sonhos e espero pacientemente para os colher,
espanto os corvos da tristeza e infortuna
e arranco as ervas daninhas da dor.

M T

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