dos universos paralelos...

Gostava de espreitar, nem que por breves instantes outros presentes... tento viver sempre no presente, um dia ouvi que o passado já passou, e concordei, noutro ouvi que o futuro há-de vir, e sem dúvida que também concordei. No outro dia ainda ouvi uma frase melhor, porque me pôs a pensar muito (eu gosto de pensar muito sem ser demais), só é feliz o homem que vive (n)o presente... isto à primeira vista é muito na onda carpe diem epicurista do nosso amigo Horácio, que é uma onda muito suave e cheia de leveza, mas será que os nossos amigos Epícuro e Horácio (e porque não Ricardo Reis) pararam um instante para pensar em universos paralelos... os universos paralelos são outros presentes, outros dias para colher/prender/agarrar/aproveitar por outros eus, que tomaram decisões diferentes das minhas decisões ao longo de toda a vida... é claro que no fim (o fim é o presente para o epicurista, e também o princípio) são os momentos-chave das nossas vidas que ficam sempre a badalar na nossa cabeça, ding-dongs sem parar, e se tivésse dito que sim, e se tivésse dito que não, era tão bom poder espreitar os frutos que outros eus colheram da lavoura dos seus dias...