sexta-feira, abril 03, 2009

guru do piorio


Houve em tempos uma banda que era de vários tempos e lugares. Viajava pelo tempo e pelo espaço sem medidas, sem receios. Numa manhã podia estar num saloon em pleno oeste americano, pararia de tocar ao entrar no estabelecimento um mui temido fora-da-lei, os homens bêbados cairiam das suas cadeiras, os batoteiros aproveitariam para esconder umas cartas na manga da camisa e as mulheres que se mostravam subiriam a seus aposentos. Depois, de repente, estavam num barco transatlântico, bem lá no fundo do convés. Tocavam rapsódias intercaladas com baladas para os amorosos, e o balanço das canções acompanhava o das ondas do mar. Os pobres dançavam ao som da inexistência de problemas que existia em cada nota musical saída dos instrumentos, das mãos e bocas e das cabeças dos músicos. Os ricos estariam acomodados nos seus cadeirões, e acenariam com desdém ao empregado para ir pedir ao maestro para baixar um pouco o volume do som, porque já estava a incomodar tanta azáfama. Noutro tempo ela podia ir parar a um salão de baile sul americano, e podia desenrolar-se em rumbas, boleros e tangos, e canções de piscar o olho. Ainda daria um pulinho a uma côrte medieval, apareceriam os seus sete elementos vestidos de jograis e cantariam a beleza de suas amadas, com quem nunca iriam privar. Depois, fechar-se-ia numa caixa de música, daquelas de embalar, e ao chegar a Primavera, saíria do seu casulo como uma borboleta algo psicadélica, mágica de mais. E tudo isto seria um rodopio onírico que se passaria defronte dos nossos olhos, ao irmos a um concerto da banda que falo, que apesar de ser de todos os tempos, começou a existir no nosso. Sorte? Não, sonho. Não deixem passar o vosso tempo sem ouvirem os ensinamentos despretensiosos deste guru, que é do piorio de ser tão bom.

1 comentário:

M disse...

já estás na minha barra lateral. foste promovido de gambuzino a pirilampo.